Responsabilidade ambiental no descarte de efluentes

Responsabilidade ambiental no descarte de efluentes

Saneamento básico, como o próprio nome já diz, consiste na provisão de um serviço elementar para a manutenção da saúde humana e do equilíbrio do meio ambiente.

Vivemos por muitos anos com uma grande deficiência nessa questão, lançando nossos efluentes domésticos e industriais sem nenhum tipo de tratamento nos corpos hídricos, comprometendo a integridade ambiental de muitas localidades. Muitas crianças morriam por conta de doenças vinculadas às questões sanitárias, sendo tão preocupante esse índice, que a ONU utiliza a mortalidade infantil como um dos grandes temas a serem trabalhados dentro dos países, diretamente vinculado às questões de saneamento básico.

Com o constante avanço civilizatório, crescimento populacional e desenvolvimento produtivo, multiplicaram-se as cidades, pessoas, as empresas e, por conseguinte, as atividades geradoras de efluentes. O montante de esgoto sendo produzido diariamente alcançou quantidades estratosféricas, sendo indispensável que a maior parte desses resíduos sejam tratados, do contrário, uma grande catástrofe humanitária e ambiental se anunciaria.

Os efluentes, quando são despejados in natura no meio ambiente, alteram as qualidades bioquímicas do ambiente, comprometendo drasticamente sua saúde e da fauna e flora que dele se valem. A poluição por despejo inadequado de efluentes pode ser mortal para o solo, agricultura e algumas atividades indispensáveis para grandes contingentes populacionais, como a pesca e o turismo.

Risco do descarte inadequado de efluentes

O descarte irregular, inadequado e errôneo de efluentes podem acarretar em drásticas alterações e impactos negativos no meio ambiente, como:
Contaminação de corpos hídricos;
Mortandade da vida aquática;
Queda de rendimentos da atividade pesqueira;
Danos à agricultura próxima ao local;
Fauna e flor comprometidas;
Escassez de água potável na região;
Contaminação de lençóis freáticos;
Contaminação do solo, etc.

Todas essas questões supracitadas tem desdobramentos que não se encerram apenas na questão ambiental, pois as populações atingidas podem ter uma brusca queda de rendimento (populações ribeirinhas, pescadores, etc.), perda de potencial turístico em algumas áreas, escassez hídrica e de alimentos, devido a contaminação dos corpos hídricos e do solo, além, é claro, de poluição ser um grande vetor de doenças.

A legislação é cada vez mais forte para se prevenir essas questões, entretanto, o país ainda peca bastante em fiscalização, dada as dificuldades de se fiscalizar um país de dimensões continentais e com tantos complicadores como o Brasil.

Responsabilidade ambiental é urgente!

Não há mais como reproduzirmos os péssimos comportamentos que costumávamos fazer décadas atrás. O tempo passou e a evolução da ciência e do pensamento nos direciona para um urgente senso de responsabilidade ambiental.

A utilização racional e equilibrada dos recursos naturais é a chave para a sustentabilidade tão apregoada e desejada por muitos, pois a redução dos padrões de produção e consumo acarretam, inclusive, a diminuição dos resíduos provenientes dessas atividades.

É indispensável que o poder público e o empresariado de todos os países do mundo se unam para universalizar, com qualidade, o serviço de saneamento básico em seus territórios. É uma questão de saúde humana e ambiental. É impensável que uma sociedade que faça foguetes e saia do planeta não consiga dar conta de manejar corretamente seus resíduos.

A boa gestão dos resíduos é imperativa para se promover o desenvolvimento sustentável, ao passo que a perda de ecossistemas e biomas por conta de poluição é um grande golpe na memória popular, na paisagem, na biota e, geralmente, os custos para se remediar essa situação costumam ser altíssimos. Vide os casos da recuperação do rio Tâmisa, na Inglaterra e as tentativas frustradas de se recuperar a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

A fiscalização e a regulação do poder público são fundamentais para que os efluentes sejam devidamente tratados antes de serem devolvidos para o meio ambiente. Um dos grandes gargalos para se cumprir com nossas metas sanitárias é justamente o descarte irregular de efluentes, doméstico e industriais. O valor de empresas de licenciadas que respeitam o meio ambiente é inestimável.

É necessária a contribuição de cada brasileiro para se promover um país mais limpo. Poder público, empresariado, sociedade civil, organizações e instituições precisam se unir em prol da reeducação ambiental que nos direcionará a ser um país ambientalmente exemplar e comprometido com a sustentabilidade global.