A importância dos recursos hídricos

Mais da metade do peso e do volume do corpo humano é composta de água. Cerca de 70% do planeta Terra é composto de água líquida. Diversas frutas e animais são compostos, basicamente, de água.

É impossível mensurarmos o valor que a água tem em nossas vidas, aliás, na vida de todos os seres vivos. Entretanto, todos temos ciência que, sem ela, não há vida. Um corpo humano não consegue, em média, ficar 4 dias sem água. Uma criança, ainda menos tempo.

Se formos pensar que tudo que nos cerca, em algum momento, teve ou tem influência direta dos recursos hídricos, teremos uma breve noção do tamanho da interação que temos com a água, sendo completamente dependentes dela econômica e socialmente.

É extremamente importante falarmos sobre como os recursos hídricos são necessários em nossas vidas, pois a aplicação deles em nosso dia a dia vai muito além de somente matar nossa sede. A água é um bem coletivo de direito difuso, sendo empregada tanto em nossa subsistência, como também na indústria, na agricultura, no turismo, na regulação ambiental, dentre outros.

 

O que são Recursos Hídricos

Recurso hídrico nada mais é que um sinônimo de água. Águas superficiais e subterrâneas, independente de seu uso ou de sua localização.

Uma questão extremamente delicada é de que, por se entender os recursos hídricos como um recurso renovável, isso permitiria um abuso em sua utilização, empregando a água nos mais diversos usos, como:

  • Indústria
  • Agricultura
  • Pecuária
  • Abastecimento das cidades
  • Dessedentação animal, etc.

Esses usos demandam muitos recursos hídricos, pois cada vez mais crescemos e nos desenvolvemos enquanto sociedade e economia.

Entretanto, essa impressão é falsa, pois apesar da disponibilidade hídrica ser abundante em algumas regiões do planeta, ela já parte do princípio de que o estoque de água doce é desigual, ou seja, algumas regiões tem muito mais acesso à água do que outras.

Além disso, a água que contaminamos nos mais diversos usos cotidianos se torna imprópria para o consumo, o que inviabiliza a utilização do recurso hídrico para sua maior função, de que é prover saúde para os seres vivos.

Ainda que a água seja um recurso renovável, necessita-se de gestão e racionalidade em seu uso, que de forma democrática e descentralizada, tende a servir para os mais diversos usos da sociedade e da natureza.

É necessário entendermos o ciclo hidrológico, ou ciclo da água, para entendermos melhor como os seres humanos interferem nesse sistema, trazendo malefícios para si mesmo.

 

Ciclo Hidrológico

A água tem seu próprio sistema regulador de retroalimentação, permanecendo em constante movimentação no planeta Terra. Basicamente, dois grandes movimentos acontecem para que a água continue circulando pelo planeta, que é da atmosfera para a superfície e da superfície para a atmosfera.

No primeiro caso parte da água contida nos corpos hídricos evapora, ao receber a incidência da energia solar. Além dessa parcela de água, há também a transpiração de plantas e animais.

Ao se elevar até determinada altitude, a água condensa, formando as nuvens. Essas nuvens precipitarão, iniciando a chuva que retornará as águas que estavam na atmosfera de novo para a superfície terrestre.

Obviamente, essa é uma forma muito simplificada e generalista do caminho que a água trilha em nosso planeta. Essa ótica nos dá impressão realmente de que a água é infinita, tamanha abundância do recurso.

 

Política Nacional de Recursos Hídricos

Contrastando com essa abundância, vemos muitas pessoas no Brasil e no mundo sem abastecimento de água e sem acesso à água potável. Muitos animais morrem em diversos locais por conta da seca. Milhares de hectares de cultivos se perdem por conta da escassez hídrica.

Justamente por conta dessas especificidades da abundância ou não da água aliada à má utilização, ou irracionalidade na gestão do recurso hídrico, que em 1997 o país sancionou a Lei Nº9.433, intitulada Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH).

Dentre outros, a PNRH tem como fundamento três eixos centrais, que são:

  • a água é um bem de domínio público;
  • em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação de animais;
  • a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.

A política visa, basicamente, garantir a sustentabilidade do recurso hídrico, para as gerações presentes e futuras. Isso perpassa, necessariamente, por uma gestão democrática e que respeite os ciclos naturais, incentivando boas práticas e o correto manejo das nossas águas.

A PNRH representa um grande avanço na gestão das águas brasileiras, estabelecendo importantes parâmetros de qualidade e itens de regulação que são indispensáveis para o cumprimento da legislação e, consequentemente, da sustentabilidade hídrica no país.

Os recursos hídricos, aplicados aos seus mais diversos usos, são indispensáveis para, basicamente, nossa existência. A conscientização e educação ambiental são importantes instrumentos de preservação desse bem, entretanto, políticas públicas e regulações são ferramentas que, em uma escala maior, verdadeiramente asseguram a conservação das águas.